quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Revolução Farroupilha: Perdemos. Assinamos um empate. Comemoramos como vitória.

Nunca esqueço uma vez em sala de aula, lá pelos anos 80, levantei o braço e perguntei com a maior inocência: “Professora, qual foi o dia exato da nossa vitória na Revolução Farroupilha?”. Sabem o que aconteceu? Ela me mandou pra rua da sala, pois acreditou que eu estava, como sempre, ironizando os fatos. Sim, faz tempo que a “iconoclastia” está presente na minha vida, porém desta vez estava com uma dúvida.
Obviamente, dias depois entendi que não havia uma resposta, pois não houve vitória. Sem dúvidas cheguei a conclusão que comemoramos o fato de um bando de desordeiros que queriam, com forças de armas resolver a situação, perderam, mesmo assim comemoramos o “orgulho gaúcho”. Sinceramente tenho que rir, tamanha estupidez.
Certa vez, acompanhando uma conversa, entre um assessor político do mais alto escalão do governo e um pretendente a trabalhar na comunicação da campanha política que estava por vir. O pretendente narrou uma série de campanhas que ele trabalhou. O assessor, como num míssel “Tomahawk Cruise”, lascou: “Agora me fale de suas vitórias, pois suas derrotas eu já sei.”, obviamente a pessoa não foi contratada. Isso é mais ou menos o que acontece nas “comemorações” das derrotas e massacres do 20 de Setembro.
Quase que como uma, repetição dos fatos, temos um bando de pessoas que ficam acampadas em meio a lama e fumaça, bebendo e comendo no centro de Porto Alegre, durante vários dias, sem fazer nada, além de correr riscos com a sua vida, pois a beberagem altera o humor e “gaúcho bom é gaúcho brabo”, logo uma pequena discussão invariavelmente acaba em esfaqueamento. Com tamanha violência, obviamente, a Segurança Pública precisa estar voltada para o acampamento. Sabem o que acontece? Os comuns, dentre eles, eu estou inserido ficam com menos policiamento nas ruas, além claro de outras tantas situações desagradáveis.
Por último, parece que estão reivindicando a proibição de transito de seus cavalos, nas ruas centrais de Porto Alegre... Menos....Bem menos...


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2 comentários:

  1. Concordo em partes, acho válido a data como lembrança aqueles que tentaram transformar o estado em uma Pátria, por outro lado, esse "orgulho gaúcho" criou um monte de doentes abobalhados que gerou um atraso absurdo no RS, nesse periodo que estive em SP pude ver como isso aqui é Provinciano, as pessoas daqui em vez de cresceram tentam derrubar os outros, é um povo muito estranho que cada vez mais me da nojo. Mas voltando a data em si e ao acampamento, acho até bacana o evento, assim como é um festival de rock que dure uma semana, para os interessados pode ser legal, uma troca de ideias e a chance de conhecer pessoas de todos os cantos, o brabo eh essa coisa das cachaças, facas e afins, isso sim, como eu disse, e muito provinciano.

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  2. Acredito que o grande problema do tradicionalismo gaúcho não é o cara que vive o dia-a-dia de fazenda, de lida, gauderiando, por assim dizer... Mas sim do 'pseudo-gaúcho'. Aquele cara que porque chega setembro, arranja uma piucha e sai por aí fazendo merda e se achando o conhecedor, o pode tudo das tradições. Na verdade, admito, um certo 'patriotismo' sempre será admirável e louvável, mas o que vivemos aqui no Estado, na maioria das vezes, é um egocentrismo/fanatismo ridículo e que faz com que todos tenhamos de engolir guela abaixo qualquer coisa que tenha a ver com tradicionalismo nesta época. Esta sim é uma das coisas que precisa ser revista e tão logo ajustada em nossa 'pseudo cultura'.

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