segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Brasil e as Leis estúpidas. Episódio: Vinho.


Algumas leis são feitas sem envolver de fato todas as partes envolvidas. A mais nova normatização do governo vai prejudicar os comerciantes de vinhos importados em todo Brasil. Existem alguns vinhos que são comprados pelo importador e entram no seu auge de consumo vários anos depois. Ficam armazenados nas lojas como jóias da vinicultura. Não é nada difícil entrar em qualquer loja especializada no assunto e encontrar vários vinhos com safras antigas e por obvio preços compatíveis com a data longínqua. 
A partir da virada do ano, todos os vinhos importados no Brasil deverão ter um selo conforme especificações do governo, como aqueles selos que já encontramos em garrafas de uísque. Sinceramente, não vejo nenhum problema para as novas importações, porém a lei diz que nenhum vinho poderá ser comercializado sem esse selo. Como ficarão as várias caixas estocadas?
Cabe salientar que o carro chefe de venda das lojas de vinho são vinhos mais simples como as linhas de entrada de vinícolas conhecidas. Para exemplificar, temos Concha y Toro, Santa Helena, Trapiche e seus vinhos mais comuns como “Reservados” e Casillero del Diablo, ou seja, vinhos com alta rotatividade dentro das lojas, esses vinhos não vão trazer problema ao lojista. O problema passa a ser com os vinhos acima da faixa dos R$ 100,00 que normalmente são vinho que levam mais tempo para vender por serem apreciados por conhecedores, que são uma fatia consideravelmente menor aos iniciados que ainda estão nos vinhos básicos.
A questão é saber o que os lojistas e importadores vão fazer com esses vinhos que podem variar de R$ 100,00 até R$ 15.000,00 se não poderem vender sem o selo de importação? Acredito que se essa lei não tiver uma solução lógica para esses vinhos já “internados” legalmente no país, estarão escancarando mais portas para o “jeitinho” (escroto) brasileiro. Talvez tenhamos uma “carta B” com produtos um dia legalizados e hoje por estupidez não mais.

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